𝐌𝐚𝐬 𝐮𝐦𝐚 á𝐫𝐯𝐨𝐫𝐞 𝐩𝐨𝐝𝐞 𝐭𝐞𝐫 𝐚𝐢𝐧𝐝𝐚 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐨𝐬 𝐬𝐢𝐠𝐧𝐢𝐟𝐢𝐜𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐜𝐚𝐝𝐚 𝐮𝐦 𝐝𝐞 𝐧ó𝐬, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐦𝐨𝐬 𝐯𝐞𝐫 𝐚𝐭𝐫𝐚𝐯é𝐬 𝐝𝐞𝐬𝐭𝐞 𝐞𝐦𝐨𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐫𝐞𝐥𝐚𝐭𝐨 𝐟𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐩𝐨𝐫 𝐈𝐬𝐚𝐛𝐞𝐥 𝐂𝐚𝐭𝐚𝐫𝐢𝐧𝐚 𝐅𝐞𝐫𝐫𝐨𝐧 𝐓𝐨𝐦𝐚𝐳𝐨𝐧𝐢:

“Através deste relato, vos conto a história dos ciprestes cujas sementes vieram da Itália e descrevo o significado que elas têm para nossa família:

Era o ano de 2004, mais precisamente no mês de dezembro, em que minha mãe Zelia e eu fomos para a Itália, no casamento de meu irmão Francisco com a italiana Barbara.

Tudo era um sonho, sonho este, que meu pai Armando não conseguiu concretizar, pois ele sempre falava que um dia iria visitar a sua “Pátria”. Ele tinha um amor muito grande à Itália, pois meu avô Adolfo Ferron, como era conhecido aqui no Brasil – na Itália o nome correto dele era Rodolfo – veio na imigração com 8 anos de idade.

Entre tantos lugares lindos, o que mais me marcou, foi quando nós visitamos a igreja “Parrocchia S. Bartolomeo Apostolo” em Montemezzo di Sovizzo, que é uma fração da cidade de Sovizzo, Província de Vicenza, Itália. Lá encontra-se o registro do batismo de meu avô, como Rodolfo Ferron.

Não tenho palavras para explicar a emoção que senti e sinto até hoje em falar sobre aquele lugar, em cima de um morro, aonde tinham a igreja e aqueles ciprestes altos, muito altos (iguais àqueles que queimaram ao lado da nossa igreja matriz aqui em Nova Bassano). Foi ali que surgiu a ideia de minha mãe em recolher umas sementes do chão para plantá-las aqui em Nova Bassano.

Chegando da viagem, as sementes foram entregues para o Sr. Valério Segalin, para que ele as plantasse. Após um tempo, ele avisou que as plantinhas tinham nascido e que já tinham um tamanho que seria possível transplantá-las na terra. Então, foi escolhido o lugar em frente ao Nazaré e a nossa residência para estas plantas, as quais tem um valor sentimental muito grande para mim e para minha família, já que foram trazidas as sementes do lugar aonde nossos antepassados habitavam.

Em nossa família, desde cedo, era valorizada a cultura de nossas raízes italianas, no modo de falar, na culinária, “o falar com as mãos” que o meu pai fazia e hoje me vejo fazendo também e a importância de uma família sólida. Meu pai me ensinava o dialeto talian desde pequena e eu sempre falei com muito orgulho, hoje falo também o italiano gramatical.

Tudo isso é fruto das conversas com meu pai, que já é falecido desde o ano 2000. Ele contava as histórias que o meu avô contava, como se ele também tivesse estado lá.

Aqui está a explicação do porque estas árvores são tão importantes para nós e o motivo pelo qual esta foto foi inscrita no Concurso Fotográfico de Nova Bassano em 2022 e alcançou o 9º lugar.

Agradecemos a oportunidade de partilhar esta história com todos.

Att,

Isabel Catarina Ferron Tomazoni

Zelia Terezinha Ferron”